
Na tradição oral, nomeadamente nos versos de algumas canções que são acompanhadas pelo adufe é referida a madeira do instrumento como sendo de "pau de laranjeira". Esta referência de certo simbólica pela ligação entre a flor de laranjeira e o matrimónio, é reforçada por outra particularidade da construção do instrumento que refere ser a pele de uma das membranas de um animal macho e a outra de um animal fêmea. Dizem as tocadoras de adufe que a razão de ser desta diversidade se traduz na harmonia do instrumento e da maneira como ele soa. Este testemunho dá pistas para a iconografia mágica ligado ao instrumento, à sua construção e mesmo à sua utilização que tradicionalmente era reservada a executantes femininos. Também a sua forma quadrada ao tornar mais difícil a manutenção da pele esticada levanta questões sobre o crácter simbólico do instrumento e acentua a sua particularidade face ao "bendir" árabe ou ao "bodrum" seu congénere céltico.
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