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22 de março de 2007

Dununs


Tal qual o djembê, os dununs são feitos de madeira e o corpo cilíndrico deles é bastante escavado, tão escavado a ponto de sobrarem apenas 2 a 3 centímetros de espessura em suas paredes.

Eles são cobertos em ambos os lados por pele de vaca e nessas duas extremidades 2 anéis de metal fixam as peles usando o famoso Trançado do Mali.
Os dununs são tocados na Guiné, em diversas regiões, em trios.Eles diferem em tamanho para que cada um tenha uma voz na melodia, uma altura de nota específica. Além disso cada um tem uma característica bem própria.Quando não há um número suficiente de músicos, é importante que a figura do sangban seja a preferida.

O kenkeni, que varia em torno dos 40 a 50 cms tendo o diâmetro da pele com 25 a 30 cms (9 a 10 polegadas), seu som é brilhante e bastante claro.Ele tem a nota mais aguda dos 3 e não varia nem realiza improvisos, ele realiza uma figura constante nos ritmos.O sufixo ‘ni’ na língua signifca algo pequeno.

O sangban, que tem de 60 a 65 cms e diâmetro da pele em torno dos 30 a 35 ( 12 a 14 polegadas) e seu som é cheio, quente. O sangban é o mais importante dos 3 dununs, sendo a voz do meio e o que realiza diversas chamadas e códigos, sendo tais chamadas e códigos apenas claramente percebidos pelos ouvintes mais atentos e experimentados nessa música.

O dununbá, que varia de 60 a 80 cms, alguns sendo maiores ainda e diâmetro da pele em torno de 42 a 50 cms ( 16 a 18, 20 polegadas) é o maior deles, com seu som profundo, grave, ressonante, dando peso e mais corpo ainda aos ritmos.

Eles são tocados com baqueta de madeira na pele e ferro nos kenkens (descrição mais abaixo) e são colocados nas posições: horizontal, em estantes específicas ou cadeiras, onde cada um fica separado do outro ou na vertical (que é conhecida por ‘Estilo Balé’, pois é muito usada nos balés). Nesse último caso o músico toca uma versão adaptada da melodia mais geral, completa, tendo que manter 2 ou 3 figuras com as baquetas de madeira.

Quando colocados na horizontal é importante que o músico toque a pele com sua mão mais forte, pois eles requerem força e pegada para soarem e deixarem o ritmo bem vivo; no kenken vai a outra mão, fazendo a condução.

Basicamente eles tem 2 notas distintas: a aberta, naturalmente dada ao se atingir a pele na região central e a ‘abafada’, que naturalmente fica mais ‘alta’ pois a pressão na pele a impede de ressoar.

Tradicionalmente o sangban é onde se tocam mais essas notas abafadas por essa característica ser comum ao povo Malinkê e a seus ritmos, porém também é possível vemos notas abafadas no dununbá e no kenkeni, já que os dununs estão espalhados por todo o oeste da África e existem centenas de povos e ritmos na região.

Ainda em relação a disposição deles, em outros locais, como no Mali, onde a tradição do djembê e dos dununs é tão forte quanto na Guiné, é comum vermos 2 dununs,mas vemos também trios.Vemos também apenas um dunun em outras regiões e países e vemos também adaptações modernas com 4 e até 5 ou mais, que já são adições para que a polirritmia seja maior ainda e as estruturas rítmicas, a melodia, receba mais uma voz.

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